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Mostrando postagens de março, 2022

A vida é feita de tentativas

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  Em um dos maravilhosos episódios da série Grey’s Anatomy, em sua segunda temporada, acompanhamos um caso de um paciente que após dezesseis anos considerado em estado vegetativo consegue recobrar o controle sobre a consciência. Mas dezesseis anos podem significar uma vida. Uma vida de mudanças, de novidades, de oportunidades que precisaram ser aproveitadas quando a única esperança que restava era a chance de ser feliz uma vez mais. Sua esposa estava casada, grávida, e seu filho já era um adolescente. Ele pareceu um estranho para a sua própria família. O fato é que ele tinha um problema na cabeça, caso não fosse operado ele morreria, se escolhesse pela cirurgia correria o risco de morrer, mas também teria alguma chance de sobrevivência. Ele não ficou no meio do muro. Considerou que precisava tentar. Que se as outras pessoas continuaram as suas vidas, ele também possuía o mesmo direito. Infelizmente, o personagem não resiste ao procedimento, ao menos não enfrentou seus últimos dias ...

A última vez

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  A gente vive ansioso pela primeira vez. Há sempre toda aquela construção, até mesmo fantasiosa, sobre o primeiro beijou ou a primeira vez na qual teremos um encontro tão íntimo com alguém que amamos. Também há grande ansiedade pelo primeiro dia na escola, pelo primeiro dia no emprego novo, por aquele tão sonhado primeiro encontro. Nossas primeiras vezes são sempre tão carregadas de emoções, intensidades e interesses, é uma pena que as demais vezes não sejam tão valiosas quanto as primeiras. Chega uma hora que os beijos já são dados por puro costume, os encontros já se tornaram clichês, as reuniões com os amigos se tornam previsíveis, os dias de aula são cansativos e os dias no trabalho passam sendo empurrados para acabarem logo. E assim vamos vivendo nossas vidas. Desperdiçando os momentos, desvalorizando os instantes, deixando que os instantes passem como se fossem apenas isso mesmo, passageiros. Mas, então, quando a última vez acontece, a gente se arrepende. Poderíamos ter feit...

Fazer alguém feliz

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  Para Freud, cada um deve buscar por si mesmo pela felicidade. É claro que ele tem toda a razão. Não podemos delegar aos outros uma responsabilidade que é intrinsecamente nossa, uma vez que os sonhos que nos farão felizes, os desejos que nos farão satisfeitos, os planos que nos trarão alegrias, pertencem somente a nós, fazem sentido apenas a nós mesmos e seria injusto, além de egoísta, querer que as outras pessoas renunciassem aos seus próprios anseios por capricho aos nossos. O contrário também é verdadeiro. Não podemos rasgar os nossos próprios projetos porque estamos responsáveis pela felicidade de alguém. No entanto, nada nos impede de em algum momento fazer alguém feliz. Não vivendo sua vida por ele, caminhando os seus passos por ele, mas ofertando uma companhia sem julgamentos, uma ajuda sem pretensões, um amor sem condições. O que mais fazemos é deixar as pessoas tristes. Julgamos seu modo de falar, condenamos sua maneira de se vestir, criticamos sua forma de pensar e tenta...

Estar com você

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  Na era da informação vivemos conectados a todo instante. Não passa um segundo se quer sem que deixemos de receber alguma notificação, alguma nova mensagem, alguma nova notícia vinda até mesmo de lugares remotos. Desde que acordamos até a hora que vamos dormir. Ou mesmo durante o nosso sono. Estamos conectados a um mundo tecnológico, moderno, que evolui a cada dia. Mas quando é que nos conectamos conosco mesmos? Quando é que deixamos o barulho das redes para ouvirmos a nossa própria natureza dentro de nós? Quando é que prestamos atenção às nossas próprias notificações? Aos sinais que nosso corpo dá de que algo não está bem, às mensagens que nossa mente tenta nos enviar anunciando que precisa de um pouco de paz e refrigério. Silenciamos a nós mesmos e aumentamos o volume daqueles que nada têm a nos acrescentar. Precisamos de um momento só nosso. Precisamos desligar as notificações e prestar atenção aos nossos pensamentos. Precisamos ouvir aquela voz que existe dentro de nós e tenta...