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Mostrando postagens de abril, 2022

Ser visto

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  Recentemente eu assisti a um filme que me fez pensar por dias. Um dos melhores que já tive a sorte de assistir nesses vinte e três anos de existência. Uma obra que tem muito a nos agregar enquanto seres humanos, pessoas, indivíduos com o potencial de mudar o mundo, se não o mundo como um todo, mas com certeza o mundo de alguém. Ele se chama “Somos Todos Iguais”, apenas o título já traz uma importante mensagem, não é verdade? Eu poderia elencar uma série de reflexões a partir dessa produção. Ao longo da história passamos por tantos temas que não temos nenhum minuto de tédio, a todo instante somos levados a refletir sobre nossos próprios posicionamentos e jeitos de estar na vida. Mas a que mais me tocou foi em relação ao homem que estava em situação de rua. Não vou dar muitos detalhes sobre o filme, gostaria muito que você o assistisse e depois compartilhasse comigo as suas impressões, mas deve ser suficiente você saber que no começo da história acompanhamos um homem e uma mulher, ...

Sofrimento infinito

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  Depressão . Apenas a palavra já o bastante para assustar e causar espanto. Parece que o tempo passa e nunca encontramos solução para esse mal tão grandioso que não pode ser resumido ou justificado como falta de fé, como falta de interesse, de vontade, como preguiça ou vitimismo. Não falamos para alguém que está com câncer que a culpa é dele , que é a sua inércia que o deixa assim, nem apresentamos soluções simples, equivocadas, como forçar um sorriso no rosto e acreditar que tudo vai passar. Alguém que está com câncer precisa ir ao médico, mudar seus hábitos, participar de um tratamento, fazer uso de medicamentos. Não é diferente para alguém que tem depressão. E quem tem câncer não sente vergonha de ir ao médico, procurar os familiares e pedir ajuda, ele quer sobreviver e sabe que sozinho não vai conseguir. Alguém com depressão deveria ter essa mesma possibilidade, buscar socorro e encontrar apoio no meio das pessoas que ama. Mas em muitas vezes o que ocorre é o contrário. Pessoa...

O que você quer fazer?

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  É triste, mas é um fato. As pessoas adoram dizer o que devemos ou não fazer . Adoram palpitar. Adoram apontar a direção certa e escolher aquele que seria o melhor caminho para nós. Mas poucas nos perguntam o que nós realmente queremos fazer. Então eu quero saber nesse momento. Nós não nos conhecemos. Você não precisa se acanhar diante de mim. Pode ser você mesmo. Aliás, teríamos muito a aprender se permitíssemos que, diante de nós, as pessoas fossem quem elas realmente são, sem as nossas distorções , sem as nossas reprovações, recebendo simplesmente a nossa compreensão. Quero saber: o que você quer fazer da sua vida? Pense sobre isso com carinho. Seja sincero ou sincera com a sua própria existência. Qual é o seu verdadeiro desejo nessa vida? Não há certo. Não há errado. Há apenas o que você quer. E se não prejudicará a integridade de ninguém , juízos de valor não importam, discursos moralistas muito menos, importa apenas o que garantirá a sua felicidade , o seu prazer, a sua sa...

Ouvidos, mas não ouvintes

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  Já notou que o mundo vive em polvorosa? É uma gritaria indistinguível, um tumulto confuso, uma balbúrdia sem limites. Todos querem falar. Ao mesmo tempo. E todos querem que suas falas sejam ouvidas de ponta a ponta. E muito pouco daqueles que falam se prestam a ouvir o que está sendo dito. É isso. As pessoas querem ser ouvidas, mas não querem ser ouvintes . Querem contar sobre as suas dores e lágrimas, mas não têm paciência para acolher o sofrimento e a angústia do outro. Querem contar suas conquistas e sonhos, mas menosprezam a vitória do próximo e ridicularizam os seus projetos. As pessoas querem ser notadas, aplaudidas, admiradas, mas em sua mesquinharia petulante não querem aplaudir, notar, muito menos admirar. São egoístas demais, orgulhosas ao extremo, para dividirem o palco da vida com outros personagens. E a tragédia está feita. Nesta de todos quererem falar sobre tudo como se realmente soubessem do que estão falando, muitos já foram enganados, ignorados, desprezados. Qua...

Disponível ao agora

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  Um dos maiores males do século é, sem a menor dúvida, o que chamamos de ansiedade . Não estou falando da ansiedade patológica em si. Falo dessa angústia, desse aperto, desse medo que temos pelo amanhã, pelo porvir, pelo futuro que tanto cobiçamos. O estilo de vida que temos adotado tem nos feito desejar sempre pelo que virá depois, pelos resultados, pelas consequências, nunca pelos momentos presentes, pelos caminhos que temos a percorrer, pelo percurso que precisamos atravessar até o destino, o objetivo, o tão almejado sonho que um dia sonhamos. Vivemos estressados, afobados, preocupados pelo que será e nos esquecemos daquilo que é. Daquilo que temos. Daquilo que podemos usufruir aqui e agora . Desejar apenas pelo que poderemos ter é um erro grotesco que seres inteligentes, racionais, cometem sem nem perceber. Precisamos despertar para a vida. Pelo que ela está proporcionando. O futuro pode nunca acontecer e, mesmo que aconteça, não será como idealizamos. E nessa ânsia desenfread...

[ESPECIAL] A pressa que não nos deixa existir

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  A tecnologia tornou possível a nossa evolução. Entendendo-a, de acordo com o dicionário, como um conjunto de princípios científicos que se aplicam aos diversos ramos de atividade, podemos retornar aos primórdios da história da humanidade, quando dominamos a técnica da agricultura e, então, fomos capazes de nos instalar em apenas um lugar, sem mais aquela necessidade de pular de canto em canto à procura de recursos que pudéssemos desfrutar até o esgotamento. Dominamos também a domesticação de animais, sendo então desnecessário que tivéssemos que sair em aventura pela selva à caçada de alimento. Sem desconsiderar a técnica do fogo, que foi um grande avanço em nossa luta pela sobrevivência contra feras famintas. E por falar em sobrevivência, também aprendemos a produzir nossas armas que serviram para a nossa defesa e também ao nosso ataque. E esse conhecimento, com o passar dos anos, foi ficando cada vez mais aprimorado e refinado. Esse conhecimento acumulado nos permitiu que hoje, ...

O vício de bloquear

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  Nós não nos ouvimos. Leandro Karnal, certa vez, em seu livro Todos Contra Todos, falou um pouco sobre isso. Por exemplo, quando falamos para alguém que estamos com dor de dente, a pessoa já tem uma história pronta para contar de quando era criança, tropeçou enquanto corria e quebrou a boca. Assim nunca ouvimos uns aos outros. Queremos sempre falar de nós mesmos, comparamos nossas dores, chegamos a competir para ver quem sofre mais, de maneira que nunca conhecemos de verdade a outra pessoa, não sabemos o que ela pensa de fato, no que ela acredita, qual é a sua história, quais foram as experiências que a trouxeram até o momento presente e ajudaram ser quem é hoje. E, então, quando ouvimos o que não gostamos, nós bloqueamos. Virou moda. Não gosto de você, então o bloqueio. Não concordei com o seu discurso? Está bloqueado! Na sensibilidade do meu ego exaltado você me ofendeu? Amanhã minha foto de perfil estará vazia para você. É isso. Como a tempestade despenca do céu, nós bloqueamos...

Somos imperfeitos

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  Nós somos imperfeitos. E, para Yung Pueblo, “um sinal real de progresso é quando paramos de nos punir por nossas imperfeições”. Muitos de nós vivemos tão preocupados com as impressões que vamos causar, com as opiniões que vamos receber, com os comentários que serão feitos a nosso respeito. E, então, exigimos de nós mesmos um ideal impossível de concretizar, algo tão sobre-humano, tão além da nossa realidade, tão injusto contra nós mesmos, que nos causa feridas e machucados de difícil cicatrização. Isso porque nos punimos impiedosamente quando falhamos. Nós não admitimos falhas. Somos cruéis quando cometemos algum erro. Somos frios o bastante para nos considerarmos como incompetentes, fracassados, incapazes da mais simples realização. E passamos a odiar a nós mesmos por não sermos perfeitos. Por considerarmos que o mundo, tal como nós, considera que somos os mais pequenos seres aqui existentes. Rotulamo-nos de maneiras tão algozes ao ponto de nos tornarmos os nossos maiores e mais...

Autores da razão

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  Não foram os animais que vieram até nós e nos disseram que fazíamos parte de uma espécie superior, nem mesmo alienígenas superdesenvolvidos romperam a atmosfera para nos trazer a mensagem de que éramos diferentes de tudo o que eles encontraram no Universo. Fomos nós mesmos. Nós mesmos nos encaramos e dissemos: “somos racionais”. E a partir disso, dessa racionalidade que descobrimos possuir, passamos a dominar o planeta, comandar os animais e até extrapolar os limites da possibilidade e expandir os nossos horizontes para além do Sol, da Lua e das Estrelas. Em nome dessa racionalidade desejamos dominar não apenas o nosso espaço, cobiçamos o infinito e acreditamos que seremos capazes de alcançá-lo, afinal, temos o que nenhum outro ser vivente possui, temos a proeza do raciocínio lógico, a habilidade de refletirmos sobre o passado e pensarmos sobre o futuro. E assim nos consideramos imbatíveis! Mas será que podemos acreditar em toda essa grandeza que dissemos possuir? Não seria apena...

Não subestime ninguém

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  Certificados, propriedades, títulos, contas no banco. Nada disso nos define, nada disso nos torna melhores ou piores que alguém, nada disso define o nosso valor e o que realmente merecemos. Talvez a única coisa que torne alguém melhor do que outra pessoa seja uma genuína e íntegra humildade. Porque a humildade faz o grande se enxergar pequeno, faz o sábio se enxergar tolo, faz o entendido se considerar ignorante e sedento por saber sempre mais. A humildade iguala as pessoas, coloca todas na mesma altura, permite que todas ofereçam um pouco de sua essência para embelezar o mundo. A humildade garante que cada um de nós passe por esse mundo deixando um pouco de si e levando um pouco dos outros. Digo isso porque as aparências enganam. Muitos executivos bem formados perderam de encontrar a resposta que incansavelmente buscavam sobre suas vidas porque não souberam olhar para as pessoas (principalmente para aquelas que não tiveram as mesmas oportunidades que as suas) enxergando nelas al...

A linha de chegada

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  A vida é um percurso. Simples assim, a vida é um caminho. Esse caminho pode ser curto, efêmero, ou pode ser longo, duradouro. Pode ser um caminho tranquilo, macio de trilhar, ou pode ser conturbado, cheio de pedras e buracos. Talvez se alterne. Algumas passagens desse caminho podem ser mais longas do que outras, mais serenas do que outras, mais intensas do que outras. Em alguns instantes caminharemos acompanhados, em outros estaremos solitários. Em algumas esquinas vamos cruzar com alguém, apenas cumprimentar e seguir adiante. Em outras travessias conheceremos alguém, uniremo-nos em um apertado abraço, daremos as mãos e andaremos juntos por certo tempo. Mas também teremos que nos despedir em algum momento e seguir adiante sem mais ninguém. Até chegarmos à linha de chegada. E quando chegarmos nesse ponto tão aguardado não haverá mais nada a fazermos, ali será o nosso fim, tudo o que vivemos, vivemos, tudo o que não vivemos, não viveremos mais. Essa linha não pode ser esticada, pos...