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Mostrando postagens de maio, 2024

O preço da impaciência

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  A gente não aprende. Não tem jeito ... Quando crianças, lá pelos nossos oito, dez anos, percebendo o quanto de coisas legais poderíamos fazer, como dormir mais tarde ou andar de bicicleta com os nossos amigos durante a noite, mas que nossos pais não deixam, batemos o pé, esperneamos, fazemos todo um drama e, sentindo-nos tão aprisionados, vociferamos que não vemos a hora de nos tornarmos adultos para termos a nossa independência. Falamos isso sedentos pela chegada da adolescência. Quando imaginamos que estaremos um pouco mais velhos como os nossos primos que já têm barba ou nossas primas que já podem namorar e, então, poderemos usufruir dessa aparente liberdade . A adolescência, enfim, chega. Ganhamos alguma liberdade, é verdade. Ao menos quando temos pais razoáveis que compreendem que não podem nos prender tanto para que consigamos desenvolver a nossa autonomia. Mas além dessa ainda pouca liberdade da qual podemos usufruir, precisamos lidar com aquelas incertezas do ser adolesce...

O tempo não importa

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  Você acha que, em relação aos momentos que passamos com pessoas que amamos, o tempo importa? Eu acho que não. Não importa se passaremos ao lado delas um minuto, uma hora, um ano ou a eternidade. Isso não importa. Importa apenas a qualidade dessa conexão, a intensidade dessa ligação, a veracidade desse vínculo. Importa que consigamos perceber, um no outro, as nossas particularidades e unicidades. Importa que em nossos encontros saiamos sempre transformados, o que pressupõe que tais encontros serão verdadeiros, genuínos, autênticos. Não importa o tempo que passaremos com as pessoas que amamos. Importa que nessas passagens, as amemos realmente . “Na convivência o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida” Essas palavras, de Mario Quintana, foram a minha inspiração para o parágrafo anterior. Elas dizem uma grande verdade que nos atinge diretamente em nossa alma. Não importa se passaremos muito ou pouco te...

Nossas escolhas

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  A vida é feita de escolhas . Você já deve conhecer essa afirmação de algum outro lugar. Mas o fato é que, realmente, a vida é feita de escolhas. Porque estamos condenados a escolher o que faremos de nossas vidas. Mesmo quando cruzamos os braços e, dizendo que não vamos escolher, permitimos que escolham por nós, estamos escolhendo: escolhemos a inércia, a abstenção, escolhemos não escolher . E essa sentença, a de estarmos condenados à escolha, leva-nos a uma angústia difícil de suportar: aquela que se refere à responsabilidade pelas escolhas que fizemos . Porque isso também é um fato. Precisaremos lidar com as consequências de nossas decisões, precisaremos encarar as reações de nossas ações, teremos que conviver com os ecos das opções que fizemos. E isso nos assusta. A alguns até apavora. A responsabilidade pela nossa liberdade de escolha é um fardo que carregaremos enquanto estivermos vivos, existentes, submetidos à única permanência da existência: a eterna necessidade de escolhe...

O infinito

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  Sabe... Às vezes olhamos para as experiências da vida e sentimos um pouco de medo por saber que elas podem acabar, terminar, chegar ao seu limite . Na verdade essa é uma certeza, é um fato. Tudo na vida chega ao seu ponto final, ao seu fim, ao seu adeus. E, então, receosos, evitamos de viver certas experiências em sua completude e plenitude. Ainda que passemos por elas. Ainda que as experimentemos de forma superficial. Mas não nos aprofundamos. Não nos entregamos verdadeiramente. Não deixamos de lado o medo, o temor e o receio a fim de mergulharmos de corpo e alma naquelas coisas que a vida tem a oferecer. Ficamos sempre na defensiva. É quando nunca falamos que amamos. É quando nunca ofertamos um abraço. É quando não nos permitimos demonstrar preocupação. É quando, mesmo diante das coisas mais emocionantes, fazemos o (im)possível para não demonstrar a alegria que sentimos, o êxtase que nos domina, a emoção que nos invade. É quando, de braços cruzados, distantes, assistimos e vida...

A passagem das coisas

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  Os antigos sábios já diziam que a única coisa durável na vida é a impermanência. Antigas tradições, como o budismo, pontuam a mesma verdade e acrescentam que, por vezes, o que nos causa a dor e o sofrimento é o apego por aquilo que é passageiro , é a nossa tendência por nos fixarmos em algo impedindo o natural fluir da impermanente existência. Lembremo-nos do fato de que águas que se acumulam aos montes, se não tiverem uma via de escoamento, acabam rompendo as barragens. Será que nosso incômodo e desconforto não poderia estar conectado ao nosso inflexível apego àquilo que precisa passar? “Aceitar a impermanência não significa desistir das coisas, mas sim aceitar que elas passam” (Shunryu Suzuki) Desistir das coisas talvez seja abrir mão, precocemente, daquilo que nos é caro . Às vezes por medo, ou por indisponibilidade, ou até mesmo por aquela ânsia de vivermos a infinidade de oportunidades que nos são apresentadas a todo o momento, acabamos desistindo antes da hora do que nos fa...