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Mostrando postagens de agosto, 2024

Gritos são inúteis

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  Relacionamentos humanos, como costumo pontuar, podem ser bem complicados. E o são porque somos diferentes uns dos outros . Tenho os meus defeitos. Você tem os seus. Tenho as minhas opiniões e, muito provavelmente, algumas delas podem ser bem diferentes das suas. Portanto, entraremos em conflito. Mas esse conflito não precisa se transformar em caos, em destruição, em guerra . Claro que não. Esse conflito pode servir para o nosso amadurecimento e crescimento . Porque eu posso explanar sobre as minhas visões. E você pode declarar as suas. No final, se conseguirmos manter a conversa em um tom agradável, compreenderei as suas razões e você compreenderá as minhas. Alcançaremos um nível adequado de mútua compreensão. O triste é que na hora desses conflitos, muitos têm perdido a razão, levantado a voz, tentado fazer prevalecer os seus argumentos e as suas ideias com base no grito, no brado, no estrondo de vozes esganiçadas. O que poderia ser utilizado como oportunidade para o desenvolvim...

[Especial] Psicoterapia: Um lugar de encontro

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  Nossa vida é baseada em encontros. E os encontros, por sua vez, são baseados em trocas, em descobertas, em transformações pela novidade que nos toca. Ao chegarmos por aqui, assim que saímos da barriga de nossas mães, vivemos nosso primeiro encontro. Encontramo-nos com o mundo. E nesse encontro acontece nossa primeira troca, a da vida, a que nos garante sobreviver. É no ato da respiração que somos modificados: antes dependentes daquela que nos protegia em seu ventre, agora respiramos por nossa conta. E a vida continua. Encontros e mais encontros são vividos e revividos. Somos mudados. Mas também mudamos. Somos afetados pelo mundo, mas também o afetamos. Trocas incessantes e ininterruptas. Aliás, é quando a troca se torna impossível que passamos a ficar extremamente rígidos e inflexíveis: incapazes de contatar a novidade, assimilar o desconhecido, acabamos enrijecidos num modo de ser adoecedor e disfuncional. Em sofrimento, sem saber para qual caminho seguir, é quando nos permitimo...

Amizade

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  Ao longo da nossa vida, não importa o tempo que vivamos, iremos conhecer pessoas. Muitas pessoas. É praticamente impossível passar pelo mundo sem conhecer alguém. Então, sim. Seja na escola, na faculdade, no trabalho ou na vizinhança. Estaremos cercados de gente. Conheceremos muita gente. Alguns, trabalhando diretamente com o público, conhecerão centenas, se não milhares de pessoas! Outros, ainda que levem uma vida mais reservada e tranquila, conhecerão ao menos dezenas. Porque é o que acontece. Eu mesmo. Nesses breves vinte e quatro anos de existência já conheci um monte de pessoas. Perdi a conta. Mas o fato é que de muitas dessas, que talvez tenhamos dividido a mesma sala de aula e jogado conversa fora no banco de um ônibus, nem mesmo do nome eu me lembre . Como elas não se lembram do meu. Porque é o que acontece. Conheceremos infinitas pessoas. Mas apenas uma pequena parte delas se tornarão importantes e especiais a nós . Conheci muita gente. E muita gente me conheceu. Dessas,...

As cascas da laranja

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  Um dia eu assisti a uma das tantas palestras da professora Lúcia Helena Galvão e fiquei completamente intrigado com uma comparação que ela fez ao falar sobre as dores da vida. Porque o que acontece em muitas vezes é que ficamos remoendo nossas dores eternamente . E não nos libertamos delas. Talvez a ferida já até esteja cicatrizada. Mas ainda não nos convencemos disso e ficamos nos lamentando por algo que não precisávamos carregar conosco, por um peso excessivo que a nós seria muito mais lucrativo se o abandonássemos pelo caminho depois dele ter servido para o nosso crescimento e amadurecimento. A professora disse que ao ficarmos arrastando conosco as dores da vida é como se, depois de termos reunido algumas laranjas e feito o suco, ficássemos carregando conosco, por onde formos, em todos os lugares, as suas cascas . O suco é o aprendizado. As cascas são as experiências, por vezes dolorosas, que precisamos vivenciar até esses aprendizados. Às vezes nem tomamos o suco. Ou seja, na...

Aprender para amar

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  Se quisermos viver uma bela, inspiradora, satisfatória e enriquecedora história de amor, não basta que sejamos bons amantes, românticos amantes, sensíveis amantes. Não... Precisamos, antes de qualquer coisa, sermos bons aprendizes , pessoas que sempre gostam de aprender, pessoas que enxergam no aprendizado a fonte de evolução, transformação e crescimento que tantos buscam. Porque o amor exige que tenhamos disponibilidade e capacidade para aprender coisas que vão além do nosso limitado mundinho. Para o amor funcionar, realmente, vamos ter que aprender a contemplar a vida como o outro a contempla . Não quer dizer que passaremos a ser e viver como ele. Quer dizer apenas que o compreenderemos em sua completude. Viver junto é aprender aos poucos o que o outro tem por dentro (Luis Fernando Veríssimo) Às vezes nos deparamos com casais que se conhecem de uma forma tão íntima e confidencial que ficamos nos indagando sobre como conseguem agir dessa forma, como conseguem parecer tão unidos,...

Ansiedade: Um convite para o cuidado

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  Muito tem se falado sobre ansiedade nos últimos tempos. Apesar de ser algo natural, a questão é que ela tem se tornado uma problemática em nossa sociedade sempre tão imediatista, sedenta pelo prazer e aversa ao desconforto. Na leitura que você está prestes a iniciar, minha intenção é convidá-lo a refletir sobre a ansiedade como algo que nos chama a atenção para o cuidado, muito mais do que para a busca por certezas, e é assim, cuidando de nós mesmos e de nossas necessidades, que podemos construir a confiança precisa para lidarmos com os desafios da vida. Vale salientar, no entanto, que aqui estou falando sobre a ansiedade como uma emoção normal experimentada por qualquer ser humano desde os primórdios de nossa espécie, e não sobre o que chamamos de "transtornos de ansiedade", assunto que podemos deixar para um momento mais oportuno. Espero que a leitura seja inspiradora! Clique aqui e adquira o ebook por apenas 8 reais!

Por que o amor dói?

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  Dor e amor talvez pareçam duas palavras que, apesar de rimarem, não combinam em seus distintos significados . Como colocar o amor e a dor em uma mesma frase? O amor não é aquele sentimento gostoso, agradável, cheio de prazeres e delícias? E não é a dor aquele sentimento incômodo, paralisante, repleto de desesperanças e desgostos? Então como poderia o amor doer? Se doer, então não é amor. Mas eu penso o contrário. É se não doer que não existe amor . Porque por amar, mudamos. E a mudança é dolorosa. Pois amar alguém , seja ele nosso marido, nossa esposa, nosso pai, nossa irmã ou nosso amigo, envolve anular a nós mesmos, nosso orgulho, nosso egoísmo e nossos mesquinhos desejos para que o outro se faça notar e prevalecer . Amar alguém exige de nós que consigamos transcender a nós mesmos, ou seja, superar a nossa individualidade afim de alcançar a alteridade, isto é, a singularidade, daquele que diante de nós, a quem dizemos direcionar toda a energia de nosso mais nobre sentimento. Ma...