[Especial] Dar-se conta

 

Consciência

Em Gestal-terapia, uma das diversas abordagens em psicoterapia que fornecem instrumentos a partir de uma visão de homem e de mundo para que os mais diferentes psicoterapeutas realizem seu trabalho de escuta e intervenção, não se trabalha em prol da mudança propriamente dita, logo, o convite não é para que você abandone quem é, lute contra quem está sendo e, assim, busque alcançar determinado ideal. Muito pelo contrário. O convite da abordagem gestáltica é para que aceitemos quem somos a partir de uma postura de curiosidade por compreender como estamos nos posicionando no mundo. Pode ser que nessa descubramos nossas formas disfuncionais e, portanto, não saudáveis, que têm sido utilizados na troca com o mundo no qual estamos inseridos e, assim, temos a possibilidade de experimentar novas formas de funcionar e, então, só depois de um processo de profunda aceitação pelo nosso jeito de existir, é que podemos arriscar ser diferentes!


Entretanto, pode ser que nessa também descubramos que aquele ideal que estamos perseguindo, influenciados pelo que quer que seja, não condiz verdadeiramente com a visão que temos a nosso respeito, com as necessidades que realmente possuímos e com a vida que genuinamente ambicionamos viver. E, assim, conscientes do que sentimos e mastigando as demandas do mundo, surge a possibilidade de dizermos não ao que esperam a nosso respeito e nos apropriar de nossa existência da forma como ela se encontra. É quando compreendemos que estamos satisfeitos em nosso lugar, mesmo que os outros se sintam incomodados. É quando nos convencemos de que não estamos aqui para agradar a quem quer que seja e que, remetendo-nos a Perls, se nos encontrarmos, se entrarmos em contato uns com os outros através de nossas afinidades e apesar de nossas divergências, será lindo, caso contrário, que sigamos em paz!


Esse encontro conosco mesmos, que é o verdadeiro convite da Gestalt-terapia, também conhecida por ser a “terapia do contato”, ocorre conforme vivenciamos aquilo a que se chama de “ampliação de awareness”, ou seja, conforme vamos nos dando conta de quem somos, como agimos, para que nos comportamos da maneira como nos comportamos, como somos afetados pelo mundo, como reagimos a esse afetamento, como afetamos o mundo e quais as consequências são geradas pelo nosso próprio afetamento. É com essa ampliação da “consciência de si” que temos a oportunidade de revisitar nossa existência, compreender se há coisas que ficaram paralisadas no caminho e que, portanto, precisam ser atualizadas para as condições atuais, ou se há exigências descabidas que têm sido lançadas em nossa direção sem levarem em conta as nossas necessidades e nossas aspirações e que, por isso mesmo, não merecem nossa atenção e nosso empreendimento. É só ao dar-se conta de mim que, então, posso decidir mudar ou continuar o mesmo, agora consciente das consequências de qualquer que seja a minha escolha. Escolha que não cabe a ninguém além de mim!


(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)


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