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Mostrando postagens de abril, 2023

Acrescentar vida aos nossos dias

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  Alguns vivem desejando acrescentar mais dias à sua vida. E para isso seguem rotinas rigorosas de exercícios físicos, por exemplo, de meditação, de alimentação balanceada e uma infinidade de outras recomendações apontadas como capazes de fazer prolongar o nosso tempo por aqui. Não estão sem razão. Precisamos e devemos cuidar do nosso corpo, da nossa mente, do nosso bem-estar. Mas é mais por uma questão de saúde, para termos qualidade de vida, e menos para termos quantidade de dias . Porque a verdade é que estaremos sempre suscetíveis à finitude de nossas vidas, façamos ou não exercícios. É bem verdade que alguém bem condicionado tem as chances de morrer de um enfarto bastante reduzidas em comparação com alguém sedentário. Mas atletas ou sedentários, morreremos, não poderemos acrescentar tempo ao nosso tempo, aliás podem acontecer acidentes no curso da vida e, sejamos idosos ou jovens, poderemos partir . Portanto, buscar acrescentar tempo ao nosso tempo não é de todo satisfatório. ...

A transformação

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  Às vezes a gente precisa olhar para a nossa vida com a intenção de mudar as coisas . E mudar num sentido profundo. Às vezes a gente precisa assumir para nós mesmos que certas coisas já não fazem sentido, que certos contextos já não nos pertencem e que certas pessoas não nos são mais positivas . Por mais que doa, ou incomode, às vezes precisamos aceitar que não somos mais os mesmos, que não pensamos mais as mesmas coisas e que chegou a hora de nos posicionarmos a partir de quem nos transformamos. Não quer dizer que somos pessoas completamente novas, como se tivéssemos renascido. Quer dizer apenas que as experiências da vida nos permitiram encontrar novos horizontes . O que acontece é que podemos nos sentir presos e limitados por aquelas coisas que insistimos em trazer conosco, quando na verdade elas já não têm espaço dentro de nós. E acabam se transformando em fardos difíceis de carregar. Coisas que antes eram tão agradáveis e queridas, passam a ser vistas com pesar e desespero. P...

O último encontro

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  O amanhã, talvez, não nos alcance. E tudo o que tivemos foi o hoje que vivemos . Isso seria recebido por você com alegria, satisfação e regozijo, ou brotaria em seu coração alguma amargura, certo arrependimento, pelo tempo que foi perdido e não poderá mais ser recuperado? Ou pela forma equivocada com a qual você finalizou os seus encontros e reencontros? E se hoje foi a última vez que você fez algo de que gostava, esteve com alguém a quem estima, abraçou aquela pessoa que mais ama? Foi o bastante ? Teve qualidade? Fez o que teve vontade? Aproveitou essa última oportunidade como se fosse, realmente, a última? Porque o nosso erro está em saber que o fim vai acontecer, mas não acreditar que ele vá mesmo acontecer. Porque uma coisa é estarmos avisados de que a vida passa, flui e chega ao seu fim. Outra coisa é nos convencermos que estamos nos dirigindo ao ponto final de nossas histórias . E por essa falta de convencimento, vivemos despreocupados, cometendo diversos erros, postergando...

Nós nos perdemos da nossa espontaneidade

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  Espontaneidade . Essa palavrinha – ou seria palavrão? – vem do latim “sponte” e quer dizer algo relativo à nossa própria vontade – agir, pensar, enfim, existir a partir da nossa vontade . Erich Fromm, em seu livro O Medo à Liberdade, diz que nós nos perdemos ao longo da nossa vida da capacidade de sermos espontâneos, ou seja, de agirmos ao nosso próprio governo, porque acabamos modificados, conforme o tempo passa, pelas convenções e determinações que nos rodeiam a partir da sociedade na qual estamos inseridos . O autor traz dois exemplos de pessoas que, por algum momento, ainda agem de acordo a si próprios: as crianças, que a partir da sua espontaneidade, fazem perguntas “proibidas”, expressam sentimentos e emoções “inadequados” e demonstram comportamentos “inaceitáveis” com uma naturalidade que incomoda sujeitos aprisionados a uma falsa liberdade que pensam possuir. O outro exemplo são os artistas de sucesso que, ao conseguirem vender sua arte, composta pelo resultado de seus pe...

Amar alguém

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  Muitos dizem amar alguém, mas não amam realmente, porque ficam, de diferentes maneiras, através das mais criativas chantagens e manipulações, tentando modificar o outro à sua própria imagem e semelhança . E isso não é amar. Amar o outro apenas enquanto ele se mantém fiel aos meus ideais não passa de amar a mim mesmo, de ser um narcisista egoísta, que não consegue aplaudir o outro em seu próprio espetáculo. Amar alguém pressupõe que diminuiremos o nosso ego, o nosso orgulho, para que fiquemos em igualdade com aquele que faz nosso coração palpitar apaixonado . Isso é amar alguém. É amar, realmente, alguém. E amar alguém implica em amar a sua humanidade, o seu potencial de crescimento, os seus limites diante da vida . É amá-lo como ele é e não como nós gostaríamos que fosse. Amar alguém é amar suas particularidades e singularidades, respeitando seu jeito único de ser e a sua forma singular de contemplar a vida . É compreender que o sentido que ele dá à vida é diferente do nosso porq...

Sem tempo a perder

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  A vida não é tão curta quanto parece pela correria desenfreada a qual nos entregamos todos os dias sedentos por atingirmos as metas de uma sociedade baseada sobre um capitalismo selvagem. Mas a vida também não é tão esparsa quanto desejaríamos para que vivamos de forma inconsequente. Como diria Sêneca, “ a vida é suficiente ”, mas será que nós somos suficientes para a vida? E quando faço essa pergunta é num sentido bastante aberto para que possamos olhar para o maior número possível de contextos das nossas vidas. Desde os nossos relacionamentos com as outras pessoas, passando pelo tempo que empregamos na criação de alguma coisa e chegando aos períodos que dedicamos ao nosso próprio cuidado. Será que vivemos sabiamente? Ou será que nos resumimos a meros respondentes ao ambiente ? Apenas cumprindo regras. Atingindo metas. Fazendo aquilo que esperam que façamos. Ou será que estamos conscientes da nossa existência e existindo como gostaríamos? Digo isso porque em relação a viver não ...