Após a tempestade não vem a calmaria
Dizem que depois da tempestade vem a calmaria, não é verdade? E eu acho que essa frase tem o seu valor e o seu sentido. Mas talvez devêssemos reformular para a ideia de que depois da tempestade vem o trabalho de restauração e, então, a calmaria, porque é isso o que acontece. Um dia, na minha casa, em uma tarde de verão, daquelas bem quentes e abafadas, o tempo fechou, tudo ficou escuro em plenas quatro horas da tarde! Uma ventania assustadora que cantava na janela, balançava portas e arrancava folhas de árvores. Não demorou muito e a tempestade começou. Uma chuva forte, volumosa, que durou bons minutos. E claro, para completar a festa não faltaram os relâmpagos ferozes seguidos de seus trovões esbravejantes. Quando a tempestade, enfim, acabou, saí lá fora. Que sujeira no quintal! Quantas folhas caídas, quanta poeira baixada, quanto aguaceiro para limpar. Chegou a hora do trabalho de limpeza. Em outros lugares nos quais árvores caíram e fios foram cortados, chegou a hora da restauração. Em outras casas, nas quais telhados e janelas se quebraram, chegou a hora da reconstrução. Porque é isso o que ocorre depois da tempestade. Precisamos nos reorganizar. Reencontrar a nós mesmos. Redefinir nossas vidas. Ressignificar nossas dores. Para, então, de certo modo reconstruídos, podermos descansar.
Na vida somos surpreendidos por diversas tempestades. Impiedosas. Assustadoras. Enquanto elas acontecem parece que só temos forças para nos agarrarmos em algo que nos mantenha seguros, que não permita que a correnteza nos leve e que acabemos afogados pelas águas que só aumentam em seu nível. Quando as coisas se acalmam então tomamos consciência sobre as dores que ficaram, os traumas que se instalaram, as descrenças que foram deixadas como marcas de uma tempestade avassaladora. É quando vamos ver o que restou de nós, o que precisaremos reconquistar ou que nova forma de viver precisaremos adotar. E esse processe é amargo. Reconhecer as perdas que sofremos é espinhoso. Contudo necessário. Só depois de experimentarmos a dor do pós-tempestade é que poderemos ficar em paz com a nova vida a qual fomos levados.
Leve o tempo que precisar. Mas não deixe de olhar para as feridas, tratá-las e curar-se delas.
Vamos conversar mais sobre o assunto? Ouça agora mesmo o terceiro episódio do podcast Coisas da Vida clicando aqui!
(Texto de @Amilton.Jnior)
>> O podcast Coisas da Vida está presente, ainda, em outros tocadores. Basta procurar por “Coisas da Vida Podcast” ou acessar os links disponíveis no perfil @c.d.vida, lá no Instagram!
~~~~~~~~
Você pode continuar acompanhando o meu trabalho:
- Livros gratuitos (clique aqui)
- Podcast sobre saúde mental, autoconhecimento, família, relacionamentos e muito mais (clique aqui). Você ainda por ouvir o podcast nos seguintes tocadores: Google Podcasts e Spotify.
É sempre um prazer receber a sua atenção!
Comentários
Postar um comentário
Compartilhe comigo sua opinião!