As curvas da vida
Vamos pensar em um motorista que está viajando. Quando em rodovia reta, retilínea, sem o desacelerar impulsionado pelas curvas, ele consegue atingir uma velocidade relativamente alta. E experimenta a sensação de que o tempo gasto entre o seu ponto de origem e o seu ponto de chegada será encurtado, quase como se a distância se tornasse menor. No entanto, nessas rodovias retas geralmente não existem tantas paisagens, mas mesmo que existissem a alta velocidade não permitiria que elas fossem experimentadas com atenção e riqueza de detalhes. Aliás, motivado pela sensação de estar chegando mais depressa, aquele motorista manteria o foco sobre o destino. E apenas sobre o destino.
Por outro lado, imaginemos que este mesmo motorista se encontra em rodovia repleta de curvas. Geralmente é uma rodovia cercada pela natureza, como aquela quando descemos a serra aqui no Vale do Paraíba rumo às praias do Litoral Norte. Ou então quando vamos no sentido contrário, e subimos a serra, rumo aos encantos da Serra da Mantiqueira. Há arvores ao nosso entorno. Flores que colorem a estrada. Em certo ponto chegamos a observar a cidade de Taubaté parcialmente. Aquele monte de construções tocadas pelo Sol. Quando é cedinho, acabamos vendo o brilho das luzes solares atravessando a esfumaçada neblina da manhã. Coisas que poucos experimentariam em rodovias simplesmente retas. Coisas que só podem ser observadas com atenção quando as curvas nos obrigam a desacelerar e nos proporcionam encantamentos antes mesmo de chegarmos ao nosso destino.
Na vida também há curvas, momentos nos quais precisamos desacelerar e dirigir com mais cuidado, com mais atenção. Mas, preocupados em chegarmos logo ao nosso destino, vociferamos contra esses momentos, lamentamos profundamente, sentimos como se nada valesse a pena ou tivesse sentido. Gostaríamos que tais curvas não nos alcançassem. Gostaríamos apenas de poder pisar no acelerador e seguir em frente, sem distrações, rumo ao destino. E assim perdemos de aprender.
Porque não é o destino que nos ensina alguma coisa. Não é o diploma na faculdade que lhe dá o conhecimento. É o percurso que nos faz sábios. São os semestres cursados ao longo dos anos que nos permitem sermos, de fato, médicos, psicólogas, engenheiras ou advogados. Percebe? Não é o destino que nos enriquece. Mas o caminho que percorremos até esse destino!
Vamos conversar mais sobre o assunto? Clique aqui e ouça o episódio 12 do Coisas da Vida Podcast!
(Texto de @Amilton.Jnior)
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