As marcas da vida

 

Marcas

No décimo primeiro episódio do Coisas da Vida Podcast, falei algo sobre não ser o bastante que viremos a página para seguir em frente, porque nas páginas seguintes iremos nos deparar com marcas de páginas passadas, exatamente como acontece quando escrevemos em um caderno e, nas folhas posteriores, parece que sentimos o relevo das palavras escritas em folhas anteriores.


Mas o interessante é que, como fazemos com o caderno, não estamos condenados a repetir as mesmas tristes vivências que porventura viemos a experimentar. Porque no caderno, ao virar a folha escrevemos textos novos, afinal de contas se apenas copiássemos frases e sentenças já escritas, o que iríamos aprender? O caderno é, então, a demonstração da evolução de nosso conhecimento. As escrituras da vida são, portanto, a prova de que vivemos. Porque na vida, ao virar a página, poderemos escrever coisas novas sobre aquelas que já vivemos, não estaremos condenados a repetir experiências que nos desagradam.


Só que parece que não entendemos isso em certos casos. Porque às vezes ficamos com medo de seguir em frente, de continuar a nossa história, de nos permitir a experiências novas e transformadoras que nos permitam desfrutar prazeres até então não desfrutados, de sorrisos até então não esboçados. E esse medo advém da sensação de que seremos assombrados por repetições, por semelhanças, por eventos que nos levem diretamente ao passado do qual tentamos fugir.

Mas fugir do passado é inútil. Porque assim como um livro não pode se livrar de seus capítulos ruins, para que a história não perca o sentido, a vida não seria a mesma – nós não seríamos os mesmos – sem o nosso passado. Um passado que, por mais doloroso que tenha sido, também teve coisas boas que nos ajudaram a chegar onde estamos. Valeria a pena apagar toda a sua história, incluindo as boas experiências, em virtude daquelas que lhe faz chorar?


É por isso que não basta virar a página. Não é tão mágico assim. Você não irá virar a folha e surpresa!... tudo novo outra vez, tudo em branco, apenas para que você reinicie como alguém inteiramente novo. Não é assim que acontece. As marcas irão acompanhar você por um tempo. Mas ao invés de estarem sempre proporcionando dores difíceis de suportar, que elas sirvam de lição, de aprendizado, para que você se lembre de evitar certas ruas, desviar de certas avenidas e tomar cuidado com certos obstáculos. Podemos escrever palavras novas sobre palavras antigas. Podemos construir um futuro melhor a partir do passado que vivemos.


Vamos conversar mais sobre o assunto? Clique aqui e ouça agora mesmo o episódio 11 do Coisas da Vida Podcast. É curtinho e cheio de inspiração a você!


(Texto de @Amilton.Jnior)


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