A leveza da infância

 

Infância

“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças, mas poucas se lembram disso”


A infância possui características exclusivas e intransferíveis. Coisas que só poderiam ser vividas naquela fase da vida, em seu auge, quando nem sonhávamos com quaisquer preocupações do ser adulto. Além disso, acredito que a infância seja a fase na qual mais estamos realmente conectados ao presente. Queremos brincar com nossos amiguinhos. Queremos nos divertir com os nossos primos. Queremos que o relógio passe o mais lentamente possível para que possamos aproveitar cada milésimo de segundo nos divertindo, brincando, rendidos às distrações do mágico e lúdico mundo infantil. Ao menos a minha infância (que não está tão distante assim rs) me proporcionou tais sensações. Sensações que só reconheço agora, no auge dos meus 25, aprendendo o que é realmente ser adulto – e não, nada tem a ver com o que eu imaginava, mas acho que todos passamos por essa mesma frustração.


A tristeza, entretanto, é que nos perdemos de nossa criança e cometemos erros que, adultos, vaidosos pela tal “maturidade”, não deveríamos cometer. Porque, por exemplo, quando éramos mais novos e por algum desentendimento brigávamos com algum amiguinho, tratávamos logo de resolver nossas pendências, afinal de contas o tempo não esperava e em algum momento nossos pais nos chamariam para ir embora. Em quinze minutos as brigas estavam resolvidas, os desentendimentos esclarecidos e a amizade restabelecida. Porque sabíamos que não era inteligente perder tempo enquanto poderíamos ganhá-lo simplesmente nos divertindo. Os anos passam. Deveríamos nos lembrar para sempre desse aprendizado. No entanto, brigamos com pessoas amadas, permitimos que desentendimentos nos afastem de pessoas queridas e especiais, só que agora não temos mais os nossos pais nos chamando para irmos embora, então parece que não nos preocupamos em resolver as coisas em quinze minutos para que possamos continuar nos divertindo. Grave erro. É verdade que nossos pais não nos chamarão mais, até porque pode ser que nem mesmos os tenhamos mais em nossas vidas. Mas algo mais impactante fica à espreita. A finitude. Que virá sem avisar e nos levará com ela – ou a quem amamos. A diferença é que com os nossos pais a gente conseguia insistir um pouquinho. E os cinco minutinhos a mais viravam trinta. Com a finitude da vida não adianta teimar ou negociar. Teremos que ir. Brigados ou não. Reconciliados ou não. Seremos tirados de quem amamos e quem amamos será tirado de nós. Restará o arrependimento por não termos feito diferente enquanto existia tempo oportuno.


Eu poderia listar tantos outros aprendizados da infância, mas acredito que este ilustre bem o que quero dizer. É necessário que resgatemos dentro de nós a leveza da infância. Quando não nos preocupávamos com o nosso ego, quando não éramos tão imaturos embora isso possa parecer tremendamente contraditório. Quando tínhamos a mais sábia das sabedorias: é necessário aproveitar as experiências ao máximo, porque elas chegarão ao fim. Resgate sua criança interior. Aprenda com ela. E coloque em prática essa lição. Todos fomos crianças, não precisamos nos perder dessa leveza!


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(Texto de @Amilton.Jnior)


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