Respeito ao luto
O luto, aquela manifestação emocional permeada de dor e sofrimento, resulta da perda de alguém – ou mesmo algo – que a nós era, afetivamente falando, incalculavelmente importante e especial. Todos passaremos por essa experiência e teremos que lidar com os seus efeitos que vão desde uma apatia diante a vida até mesmo um possível desespero frente à nossa fragilidade perante o tempo. No entanto, a dor fica ainda pior quando, dentro de uma sociedade repleta de regras e exigências, não somos respeitados em nosso sofrimento e cobram de nós algo que, além de injusto e cruel, é extremamente desumano: é como se não pudéssemos nos entristecer por muito tempo e tivéssemos que retomar a nossa vida o mais rápido possível.
Esse é um sintoma profundo de uma sociedade enferma pelo ideal de felicidade e otimismo: sintoma da superficialidade dos tempos atuais. Superficialidade esta que, de forma até ingênua, tenta fazer com que vejamos sempre o positivo mesmo nas situações mais traumáticas e angustiantes. Não que não possamos retirar aprendizados dos percalços que enfrentamos, entretanto, mesmo tais aprendizados só virão quando a dor tiver, enfim, passado, ou sido superada, para que as lições possam ser realmente obtidas. Superficialidade que também é desafiada por uma das mais amargas dores que a existência proporciona: a da finitude.
E essa dor, que também pode ser física, é avassaladora, interiormente falando. Desestrutura o nosso mundo emocional, tira tudo do lugar e nos obriga a nos adaptarmos à nova realidade enquanto a vivemos. Dá para sorrir em meio a isso? Dá para simplesmente engolirmos o nosso sofrimento e retomarmos a nossa vida o mais rápido que pudermos? Penso que não. Acredito que não. Às vezes tivemos toda uma vida com aquela pessoa que se foi, histórias e mais histórias, incontáveis experiências! Não dá para simplesmente lançarmos tais lembranças na caixinha das memórias e, então, seguirmos em frente como preconizam de maneira banal. Daí a importância de respeitarmos o luto. Tanto o nosso quanto o das outras pessoas.
Vamos conversar mais sobre o assunto? Ouça agora mesmo o episódio 32 do Coisas da Vida Podcast clicando aqui.
(Texto de @Amilton.Jnior)
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